quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O tempo do bebé



Para quem pensa que  2, 3 meses após o nascimento do bebé a vida volta a ser a mesma, informo, não, não volta. Manter esse mito tem constituído uma ajuda preciosa para a ocorrência de depressões pós-parto.

Há pessoas para quem a vida realmente volta ao que era ao fim de pouco tempo, o que é sinal de que algo está muito mal. Esse regresso à normalidade paga-se sacrificando a qualidade da relação mãe-filho e, como tal, a saúde mental do bebé.

Os bebés exigem exclusividade 24 horas por dia. Exigem alguém só para eles, geralmente a mãe.

Hoje em dia, sem o apoio da família alargada (na maioria dos casos), espera-se que a mulher, que está de licença de maternidade (agora, parentalidade), uma vez que está em casa "só" para cuidar do filho, execute todas as tarefas domésticas. Espera-se também que ao fim de 4, 5 meses volte a trabalhar a tempo inteiro, o que significa, quase sempre, bebés que permanecem nas creches ou amas 9, 10 horas por dia. Mais uma vez, isto tem custos, custos altíssimos, para a saúde mental do bebé.

O bebé tem o seu tempo para se tornar "um pouco" autónomo. Esse tempo não são 3, 4 meses, mas sim 3, 4 anos.

Quando é que o mundo ocidental irá passar a respeitar o tempo do bebé?

2 comentários:

  1. não posso estar mais de acordo, eu sou das mães que ainda amamenta, tendo a minha filha quase três anos. Assim que saio do trabalho vou buscar a minha filha e partilho com ela o especial momento de conforto, nutrição e carinho que nos é proporcionado pela amamentação. E sim, ela perfere ver-me mais cedo do que jogos, brincadeiras ou outras coisas que faz todos os dias na creche nas horas que lá passa, que são de qualidade mas em nada substitui o tempo que passamos com os nossos filhos, nada mesmo!!

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  2. Como diz o Eduardo Sá "o melhor brinquedo de qualquer criança são os pais".

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