segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Falar, falar, falar... e questionar!







Ontem no parque infantil do meu bairro, conheci uma mãe de um bebé de 5 meses, de nacionalidade cambojiana. Contou-nos que se tinha mudado para o bairro durante a gravidez e que o marido era português. Pela sua atitude, via-se que tinha vontade de conhecer pessoas, provavelmente de conhecer outras mães.

Conversámos um pouco e o assunto, como não podia deixar de ser, foi parar aos filhos. Falou-se de alimentação e, depois, de sono.

Esta mãe contou-nos (a mim e ao meu marido) que, como amamentava, dormia com o bebé na sua cama para conseguir descansar, verbalizando a esse respeito: "Nós tentamos incutir alguma disciplina, mas eu tenho de descansar...".

Impressionou-me a sua necessidade de justificar a opção de partilha de cama com o seu bebé. Apercebi-me que o que ela esperava era que essa opção não fosse bem vista pelos demais. Provavelmente a família do marido já lhe teria transmitido isso, não sei, é uma suposição minha.

O meu marido questionou-a acerca da utilização dessa prática no Cambodja, referindo que lá deveria ser normal as mães dormirem com os bebés. Ela respondeu que sim, mas continuou a justificar-se: " Mas nós queremos que ele durma na cama dele".

Quando nós referimos que o nosso filho dormia connosco, não só por comodidade, mas, acima de tudo, porque acreditamos que isso é o melhor para ele, foi visível a sua expressão de alívio. Afinal não tinha de se justificar.

O que falta para que as pessoas percebam que as teorias preconizadas pela maioria dos pediatras europeus e norte-americanos, traduzidas em best-sellers que rendem milhões, não são verdades absolutas nem científicas?

Na minha opinião, falta falar, falar, falar, sem medos. Sem ter receio do julgamento dos outros.

Eu digo, em qualquer conversa de café, com vizinhas, amigas, mães ou avós, que o David dorme connosco por opção. Não porque "dá más noites", nem porque não consegue dormir sozinho, mas porque acreditamos ser o melhor.

Às expressões de choque e às perguntas "não tem medo que ele depois não se habitue à cama dele?", "não é perigoso?", respondo que não há evidências científicas que apontem nesse sentido e que eu, enquanto mãe e enquanto psicóloga, acredito que estou a tomar a melhor opção.

Se as pessoas demonstram algum interesse, desenvolvo um pouco mais. Se não, enfio a viola no saco e vou à minha vida. Mas, pelo menos, fico com a sensação que lancei a semente que poderá vir a dar frutos.

E assim nascerá uma nova árvore de questões...




2 comentários:

  1. Eu dormi com a minha mae ate muito tarde...perto dos meus 10 anos, não era tds os dias mas mt frequentemente. hoje sou mae e somos apologistas do co-sleeping! a minha filha tem quase 7 meses e dorme lindamente. Eu hj sou uma mulher perfeitamente normal, por isso dormir com os papás n faz mal nenhum e é tão bom!!!!

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  2. Concordo...quem quer seguir esta politica segue, quem nao quer não critica...à crianças que preferem dormir sozinhas desde pequeninas, outras não...e depois qual é o mal??? Tantos que nos criticam e depois peruntam "O que fazes ao teui filho que é uma criança tão feliz, tão bem disposta e simpática???" Olha dou-lhe colo quando pede, brincamos o máximo que conseguimos, temos grandes conversinhas (O Salvador tem 3 meses e meio lol) e dormimos juntinhos, e muito bem...

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