segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ser mãe não é obrigatório





Há coisas que me tiram do sério. Uma delas é a maternidade não reflectida. Pessoas que decidem ter filhos porque sim, porque está na altura, porque toda a gente tem. Esta decisão não ponderada, gera atitudes pouco coerentes com a opção tomada. Passo a citar algumas afirmações bastante comuns nos dias de hoje.

- "Com 2 meses ainda não faz a noite toda, não sei o que lhe fazer, estou de rastos" - E havia de estar como, com um bebé de 2 meses? Fresca e fofa? É claro que está de rastos, faz parte do pacote. O sono dos bebés não é igual ao nosso, nem o seu estômago e a sua alimentação são iguais aos nossos. Os ciclos de sono são mais curtos, o estômago é mais pequeno e o leite materno é digerido em aproximadamente uma hora. Isto explica as noites mal dormidas. É claro que, ao fim de 6 meses, para aquelas mães que continuam a não conseguir dormir, a vida torna-se bastante complicada. Mas parece que também isso faz parte do pacote.

- "Não dou mama porque não sou nenhuma vaca leiteira" - Não é uma vaca, mas é um mamífero e os mamíferos amamentam as suas crias até ao desmame (o que na nossa espécie acontece entre os dois anos e meio e os sete). Mais uma vez digo, ser mãe não é obrigatório.

- "Ao fim de alguns meses já não aguentava estar em casa com o miúdo" - Tudo bem, vou tentar respeitar, apesar de me fazer confusão que as pessoas optem por ter filhos e depois não os consigam criar (pelo menos nos quatro primeiros meses). O que me angustia é que são estas mesmas pessoas que criticam aquelas que decidem ficar em casa com os filhos.

- "Não fica tempo nenhum sozinho (acordado), nem na esperguiçadeira, nem na cama
dele" - Pois, há bebés assim, só querem estar colados às mães. E há os que não são assim e esses são muito preocupantes. Para um bebé, o seu mundo é a mãe. Nos primeiros meses eles nem têm consciência que são um ser distinto da mãe. Isso explica a sua ansiedade quando estão sozinhos, sem sentir ou, pelo menos, ver a mãe.

Ser mãe é, na nossa cultura, uma opção. E como em todas as escolhas, convém que as pessoas se informem antes de tomar uma decisão, com a certeza, porém, que essa decisão irá mudar, irremediavelmente e para sempre, as suas vidas.



3 comentários:

  1. Ser mãe deveria era ser alvo de pré-teste (brincadeira...).

    Quando a minha filha deixou de mamar chorei baba e ranho (tinha 14 meses) e apreciei cada minuto da sua dependência. E ela só começou a dormir mais de 4 horas por noite a partir dos 12 meses... veio assim o meu pacote e eu aprecio-o todinho tal como ele é:)
    bj

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  2. A minha bebé tem 9 meses e "ainda não dorme a noite toda", acorda para mamar e eu apesar de ir a tropeçar de sono adoro tê-la nos braços a mamar <3! Também não "fica sozinha" a brincar muito tempo...e lá vou eu adiar o que tenho para fazer...para fazer o que mais gosto: estar com o meu bebé :) É o melhor que tenho na vida e sendo um bocadinho egoísta, adoro que ela prefira sempre o meu colinho ao de qualquer pessoa...E acho que quem me diz: "tu mimas demais essa menina" é tonto!!!
    Bj

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  3. o que eu digo, depois de ter sido mãe....quase todas as mulheres podem ter filhos...mas nem todas conseguem ser mães!!!

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